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Ontem ouvi algo no rádio que teria me deixado de cabelo em pé se eu não fosse completamente calvo. O colunista da Band News Sergio Waib, em sua coluna diária intitulada “Giro Business”, entrevistou o presidente da FNAC, Pierre Courty, e ambos discutiram a questão do comércio eletrônico. Comércio eletrônico, vale lembrar, é o comércio que se dá através da Internet, em que o usuário compra produtos a partir de seu browser, e paga via cartão de crédito ou de débito. Pois bem, na entrevista com Courty, lá pelas tantas o colunista afirma que um dos principais entraves ao crescimento do comércio eletrônico no Brasil é a questão da segurança nas transações e, por consequência, o recebimento do produto adquirido.
Diga-se de passagem, essas são duas das principais preocupações do usuário doméstico, e com razão: os criminosos virtuais têm como um de seus principais alvos os dados de cartão de crédito, pois esses dados podem ser facilmente transformados em dinheiro, seja pela venda dos mesmos, ou pela utilização não autorizada para fazer compras. A praga do roubo de dados de cartão de crédito tem uma enorme razão de ser: segundo o site www.fraudes.org, o faturamento anual do comércio on-line no Brasil em 2009 será de 10 bilhões de reais, com taxas de crescimento esperadas na casa dos 20% para os próximos anos. É um mercado bastante “apetitoso” para os criminosos. As fraudes nesse setor, segundo dados da FEBRABAN, já ultrapassam os 100 milhões de reais todo ano.
Pois bem, voltando à entrevista, como resposta à questão levantada pelo colunista, o presidente Pierre Courty oferece o seguinte: “Eu acho que hoje o problema está resolvido. Todas as empresas que atuam no comércio eletrônico, as empresas formais, que têm nome conhecido, hoje são muito seguras. Acho que o consumidor sabe disso, ele não tem nenhum receio de colocar o número de seu cartão de crédito para comprar na Internet.”
Infelizmente os dados mostram que o problema não está resolvido. Nem de longe. A FNAC e outras empresas até podem estar tomando as medidas necessárias para resolvê-lo, e é inegável que algumas dessas empresas já tenham seu ambiente seguro, inclusive passando por auditorias periódicas que atestam essa segurança. Mas o fato permanece: todo ano são literalmente milhões de consumidores que têm seus dados roubados em função de falhas nos sistemas e nos processos de lojas físicas e virtuais. Alguns exemplos são: a CardSystem, processadora de cartões de crédito que teve um roubo de dados de 40 milhões de cartões em 2006; a TJX, rede de lojas de departamentos nos EUA com dados roubados de 45 milhões de cartões em 2007; o Google, que viu dados de 19 mil clientes expostos em março de 2009 após compras com seus cartões de crédito na loja virtual da empresa. Esses não são os únicos exemplos, mas já mostram com clareza que o problema está longe de ser resolvido como afirmou o presidente da FNAC.
A questão é tão crítica que as duas principais adquirentes do Brasil, a Visanet e a Redecard puseram em ação em 2007 um plano que ainda está em andamento para financiar a auditoria dos ambientes de transação de cartões de crédito de várias das principais redes de varejo do país. E raros são os ambientes auditados que não exigem algum tipo de correção de segurança. Isso não significa, claro, que esses ambientes já não tenham mecanismos que assegurem os dados dos clientes, nem que não estejam trabalhando para melhorar ainda mais essa segurança. Mas sinalizam claramente que a tranquilidade sugerida por Courty seria vantajosamente substituída por cautela e um bom leque de precauções.
A primeira dessas precauções é uma verificação sobre a reputação da loja virtual de quem se quer comprar algo. Consultar amigos e conhecidos para saber se já fizeram alguma transação comercial com o estabelecimento e, em caso afirmativo, se correu tudo bem, tanto na transação comercial quanto na entrega. Nessa mesma linha, uma pesquisa na Internet buscando informações e notícias acerca do estabelecimento pode ser bastante útil. Trate seu cartão de crédito como se fosse uma filha, e o estabelecimento virtual onde quer fazer compras como se fosse um rapaz que quer namorar com ela. Você não deixaria que sua filha namorasse qualquer um, deixaria?
Sempre que possível, entre em contato com o estabelecimento antes de realizar a compra. Nesse contato, pergunte se o estabelecimento garante a segurança dos seus dados. O atendente muito provavelmente vai dizer que sim (e se disser que não, fuja). Em obtendo resposta positiva, se a comunicação for por chat na Internet, salve a conversa num arquivo; se for por telefone, anote o número do protocolo de atendimento. Em caso de fraude, você tem mais um elemento que pode apresentar como evidência para ter seu prejuízo ressarcido.
Armazene comprovantes, e-mails, telas de confirmação em seu browser e todas as informações que forem fornecidas acerca da transação. Também podem ser úteis na hora de confrontar o estabelecimento em caso de problema.
Para finalizar é importante observar que o comércio eletrônico tem crescido, e que as providências para melhorar a segurança do usuário estão sendo tomadas. É um recurso que pode ser usado, sim, mas que deve ser usado com cautela. A tranqüilidade, nesse caso, seria inoportuna Ela seria um convite ao relaxamento, que está a apenas um passo do descuido. E em assuntos da Internet, descuido atrai prejuízo.
Até a próxima.
Diga-se de passagem, essas são duas das principais preocupações do usuário doméstico, e com razão: os criminosos virtuais têm como um de seus principais alvos os dados de cartão de crédito, pois esses dados podem ser facilmente transformados em dinheiro, seja pela venda dos mesmos, ou pela utilização não autorizada para fazer compras. A praga do roubo de dados de cartão de crédito tem uma enorme razão de ser: segundo o site www.fraudes.org, o faturamento anual do comércio on-line no Brasil em 2009 será de 10 bilhões de reais, com taxas de crescimento esperadas na casa dos 20% para os próximos anos. É um mercado bastante “apetitoso” para os criminosos. As fraudes nesse setor, segundo dados da FEBRABAN, já ultrapassam os 100 milhões de reais todo ano.
Pois bem, voltando à entrevista, como resposta à questão levantada pelo colunista, o presidente Pierre Courty oferece o seguinte: “Eu acho que hoje o problema está resolvido. Todas as empresas que atuam no comércio eletrônico, as empresas formais, que têm nome conhecido, hoje são muito seguras. Acho que o consumidor sabe disso, ele não tem nenhum receio de colocar o número de seu cartão de crédito para comprar na Internet.”
Infelizmente os dados mostram que o problema não está resolvido. Nem de longe. A FNAC e outras empresas até podem estar tomando as medidas necessárias para resolvê-lo, e é inegável que algumas dessas empresas já tenham seu ambiente seguro, inclusive passando por auditorias periódicas que atestam essa segurança. Mas o fato permanece: todo ano são literalmente milhões de consumidores que têm seus dados roubados em função de falhas nos sistemas e nos processos de lojas físicas e virtuais. Alguns exemplos são: a CardSystem, processadora de cartões de crédito que teve um roubo de dados de 40 milhões de cartões em 2006; a TJX, rede de lojas de departamentos nos EUA com dados roubados de 45 milhões de cartões em 2007; o Google, que viu dados de 19 mil clientes expostos em março de 2009 após compras com seus cartões de crédito na loja virtual da empresa. Esses não são os únicos exemplos, mas já mostram com clareza que o problema está longe de ser resolvido como afirmou o presidente da FNAC.
A questão é tão crítica que as duas principais adquirentes do Brasil, a Visanet e a Redecard puseram em ação em 2007 um plano que ainda está em andamento para financiar a auditoria dos ambientes de transação de cartões de crédito de várias das principais redes de varejo do país. E raros são os ambientes auditados que não exigem algum tipo de correção de segurança. Isso não significa, claro, que esses ambientes já não tenham mecanismos que assegurem os dados dos clientes, nem que não estejam trabalhando para melhorar ainda mais essa segurança. Mas sinalizam claramente que a tranquilidade sugerida por Courty seria vantajosamente substituída por cautela e um bom leque de precauções.
A primeira dessas precauções é uma verificação sobre a reputação da loja virtual de quem se quer comprar algo. Consultar amigos e conhecidos para saber se já fizeram alguma transação comercial com o estabelecimento e, em caso afirmativo, se correu tudo bem, tanto na transação comercial quanto na entrega. Nessa mesma linha, uma pesquisa na Internet buscando informações e notícias acerca do estabelecimento pode ser bastante útil. Trate seu cartão de crédito como se fosse uma filha, e o estabelecimento virtual onde quer fazer compras como se fosse um rapaz que quer namorar com ela. Você não deixaria que sua filha namorasse qualquer um, deixaria?
Sempre que possível, entre em contato com o estabelecimento antes de realizar a compra. Nesse contato, pergunte se o estabelecimento garante a segurança dos seus dados. O atendente muito provavelmente vai dizer que sim (e se disser que não, fuja). Em obtendo resposta positiva, se a comunicação for por chat na Internet, salve a conversa num arquivo; se for por telefone, anote o número do protocolo de atendimento. Em caso de fraude, você tem mais um elemento que pode apresentar como evidência para ter seu prejuízo ressarcido.
Armazene comprovantes, e-mails, telas de confirmação em seu browser e todas as informações que forem fornecidas acerca da transação. Também podem ser úteis na hora de confrontar o estabelecimento em caso de problema.
Para finalizar é importante observar que o comércio eletrônico tem crescido, e que as providências para melhorar a segurança do usuário estão sendo tomadas. É um recurso que pode ser usado, sim, mas que deve ser usado com cautela. A tranqüilidade, nesse caso, seria inoportuna Ela seria um convite ao relaxamento, que está a apenas um passo do descuido. E em assuntos da Internet, descuido atrai prejuízo.
Até a próxima.
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