Uma falha na barra de ferramentas do Google viola a privacidade dos usuários. Ouça no artigo de hoje.
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Clique aqui para ler o artigo do professor Ben Edelman sobre o caso.
Clique aqui para ver um vídeo mostrando a violação de privacidade da barra de ferramentas do Google.
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Você conhece a barra de ferramentas do Google? Trata-se de um mecanismo para facilitar o acesso aos recursos da empresa, tais como as buscas, as configurações pessoais de acesso ao site, o acesso ao GMail e por aí vai. É um recurso muito semelhante a outras barras de ferramentas oferecidas por várias empresas, tais como por exemplo o Yahoo!, a Microsoft, o Bing (que é da Microsoft) e o Orkut (que é do Google).
Essas barras de ferramentas são semelhantes em função, facilitando o acesso aos recursos disponibilizados pela empresa, mas também se parecem em outro aspecto: quando ativas elas coletam dados do ambiente e da navegação do usuário e os enviam para a empresa que criou a barra em questão. Esse é um fato que o usuário nem sempre conhece, e que sutilmente reduz sua privacidade na rede. Quando a barra de ferramentas está ativa, os endereços dos sites navegados pelo usuário, por exemplo, são enviados à empresa, que utiliza essa informação para servir publicidades mais direcionadas para os gostos desse usuário.
É bom lembrar que não há nada de ilegal nesse processo, pois o usuário é informado sobre esse compartilhamento de informações quando instala a barra de ferramentas. Isso, claro, se esse usuário lê o acordo de uso de licença, com o qual tem que concordar para que a barra seja instalada. Numa estimativa puramente empírica, penso que menos de um a cada dez mil usuários leem esses acordos. Ainda assim, ao clicar no botão “concordo”, estamos dando o direito à empresa de coletar nossas informações.
O problema maior não é esse, infelizmente. Ontem o professor de Harvard Ben Edelman demonstrou em seu blog que a opção de desligar a barra de ferramentas para a janela em uso não funciona, pois as informações continuam sendo coletadas e enviadas para o Google. Essa sim é uma violação de privacidade de primeira grandeza, que obrigou o Google a um pronunciamento e fez com que o gigante das buscas criasse uma correção imediata para o problema.
Depois do alarme dado por Edelman a comunidade de segurança volta seu foco novamente para as questões da privacidade, enfatizando que as barras de ferramentas atuam contra essa privacidade. Atuam legalmente, claro, mas nem sempre o usuário está devidamente informado sobre os efeitos ocultos das facilidades oferecidas. Além do que, a oferta dessas barras é cada vez mais comum nos sites que visitamos, sua instalação é simples e bem rápida, e desabilitá-las é em alguns casos um processo complexo.
O usuário doméstico deve pesar com critério e atenção os supostos benefícios de ter uma ou mais dessas barras de ferramentas instaladas em seu navegador. Muitas vezes vejo usuários instalando esses recursos sem pensar sobre o que estão fazendo, e sem nunca utilizá-los. “Ah, o site ofereceu e eu instalei sem pensar” é uma resposta que já ouvi mais de uma vez. Essa definitivamente não é uma atitude de quem preza pela própria privacidade, e consequentemente por sua segurança.
Tem muita gente graúda argumentando que privacidade é um conceito em extinção, e dentro de alguns anos será coisa do passado. Quanto mais evolui a tecnologia, menos privacidade temos. As alternativas, infelizmente, são nos tornarmos eremitas ou vivermos sem acesso digital (o que nessa altura do campeonato é mais ou menos equivalente, penso eu).
Obrigado pelo comentário, Cristiano. Eu também nunca fui fã dessas barras e me mantenho afastado delas o quanto posso.
Como o próprio ditado americano cita: "não existe almoço grátis".
ResponderExcluir[]s,
Grande verdade, Anônimo.
ResponderExcluirNão é à toa que o Milton Friedman, autor da frase, ganhou o Prêmio Nobel de Economia.
Privacidade é artigo de luxo na internet.
ResponderExcluirSe eu já não instalava essas barras no navegador antes, imagine agora...
Tem muita gente graúda argumentando que privacidade é um conceito em extinção, e dentro de alguns anos será coisa do passado. Quanto mais evolui a tecnologia, menos privacidade temos. As alternativas, infelizmente, são nos tornarmos eremitas ou vivermos sem acesso digital (o que nessa altura do campeonato é mais ou menos equivalente, penso eu).
ResponderExcluirObrigado pelo comentário, Cristiano. Eu também nunca fui fã dessas barras e me mantenho afastado delas o quanto posso.