Todo mundo que já foi criança um dia lembra de alguma passagem em que os adultos foram alvo de admiração ou mesmo de franca inveja. Toda criança, por exemplo, já assaltou o guarda-roupa dos pais e se vestiu de “gente grande”, e muitas foram as vezes em que ficamos de cara amarrada vendo os mais velhos saírem para um programa “de adulto” enquanto ficamos em casa com a televisão e a avó por companhia.
O que a gente não sabia naquela época era que a vida de adulto não tinha nada a ver com aquele glamour infantil que nos fazia passar a maior vontade. Trabalho incessante, dívidas eternas, preocupações crescentes, medo do futuro, cuidado perene com os filhos e por aí vai. Nesse ponto as crianças são felizes, e só vão descobrir isso quando perderem essa felicidade inocente, trocando-a pela a vida adulta.
Pois é, a Adobe deve estar passando por uma descoberta semelhante nesse momento. Depois de anos como empresa relevante no cenário de documentos digitais, mas fora do jogo das “grandes”, a empresa chegou a um patamar em que o formato PDF virou substantivo, quase um sinônimo de “documento”. “Me manda o PDF” é uma frase que todo mundo entende: o documento final, formatado, corrigido, que não admite mais mudanças.
Só que esse status não chega sem algumas responsabilidades bem pesadas. A Adobe tem se visto “na reta” nesses últimos tempos porque o sucesso de seus produtos despertou o interesse de uma classe bem indesejável de usuários: os ciber-criminosos. Já foram anunciados aqui no
5 Minutos de Segurança vários problemas de segurança sendo explorados em aplicativos e formatos da Adobe, e a partir da semana que vem a empresa dá um importante passo de “gente grande”: acaba de ser anunciado o mecanismo de atualização automática de seus produtos. A partir de então, as atualizações críticas do Acrobat Reader, por exemplo, chegarão ao usuário da mesma forma que as atualizações críticas do Windows ou do Firefox chegam hoje: sem que o usuário precise lembrar de buscá-las no site do fabricante. Assim, quando surgir alguma nova (e francamente inevitável) vulnerabilidade que seja corrigida pela Adobe, a mesa virá automaticamente para o usuário, que só será informado da mudança.
Esse caminho, o das alterações automáticas de aplicativos deveria entrar no radar de quaisquer fabricantes que estejam se tornando referência na Web para algum tipo de serviço. Infelizmente, isso ainda não acontece de forma generalizada, e o melhor mesmo é o usuário manter os olhos bem abertos para novas atualizações de seus pacotes preferidos. E no artigo de 08/03 intitulado
Mantendo o software atualizado, comentei sobre um pequeno aplicativo gratuito chamado PSI ou Personal Software Inspector, que varre o disco, encontra os aplicativos instalados e informa aqueles que estão desatualizados. Para quem ainda não conferiu essa solução, fica de novo a dica.
Bom fim de semana e até a próxima.
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