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Hoje, excepcionalmente, não teremos audio.
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Nos últimos dias tenho falado bastante sobre uma praga que já assola o mundo todo e finalmente está chegando ao Brasil de forma mais organizada e perigosa: os cavalos de troia que roubam informações bancárias. Com a chegada desses, é bastante provável que vejamos em breve a chegada de outro tipo de ameaça: as ofertas de emprego que buscam recrutar mulas para os golpes financeiros.
Funciona assim: os bandidos que infectam computadores com seus cavalos de troia, uma vez que consigam as credenciais bancárias das vítimas, fazem transferências de dinheiro dessas contas, mas obviamente não para suas próprias contas, uma vez que assim ficaria fácil identificá-los. O mecanismo que utilizam para manterem a devida distância do golpe é simples: contratam laranjas par que recebam o dinheiro em suas contas correntes e depois transfiram o dinheiro para os bandidos, ou adquiram bens e os enviem a esses mesmos bandidos.
Em tempos bicudos como os atuais, quantos de nós — quando desempregados e sem perspectivas de emprego a curto prazo — não ficaríamos gratos por uma oportunidade de trabalhar a partir de casa, de nosso computador, como “agentes de intermediação financeira” ou outro cargo falso, mas que soa oficial?
Anúncios para cargos semelhantes já são comuns na América do Norte e na Europa, com promessas de benefícios, sites de recrutamento bem montados e entrevistas pela Internet. Tudo soa muito moderno e eficiente, e muita gente se deixa ludibriar. Uma vez “contratados”, o credenciamento exige dados de conta corrente — para que o “empregado” seja pago, claro — e os demais dados que os RHs das empresas geralmente pedem.
O “empregado” — na verdade, a mula, um receptador e transportador de dinheiro roubado — recebe seu primeiro trabalho: transferir uma some em dinheiro que será depositada em sua conta corrente para uma conta no exterior, ou comprar produtos tais e quais com o dinheiro depositado em sua conta e remetê-los para o exterior. Uma porcentagem do dinheiro depositado fica para o “empregado” a título de comissão, e o “empregado” se sente bem, trabalhando honestamente para uma empresa internacional de prestígio. Até, claro, que a Polícia Federal bata à sua porta, informando-o que ele tem recebido dinheiro roubado em sua conta, fruto de transações fraudulentas. Quando esse pobre laranja tenta contatar a “empresa” para a qual trabalha, a fim de explicar o mal entendido à polícia, os bandidos já sumiram faz tempo, e o laranja fica com o mico na mão.
Histórias como essa já são bastante comuns nos EUA, e há casos bem contundentes também na Europa, a exemplo do que aconteceu na Alemanha no primeiro semestre desse ano. Com o aparecimento de versões brasileiras de cavalos de troia de roubo de informações financeiras, como anunciado pela Kaspersky na semana passada, penso que em poucos meses veremos notícias de golpes semelhantes aqui no Brasil.
O cuidado aqui deve ser tomado com as ofertas de emprego pela Internet, principalmente de empresas de que nunca se ouviu falar. Antes de aceitar ofertas que parecem boas demais para serem desperdiçadas, temos que dar uma verificada bem criteriosa na empresa, pedindo referências e buscando conhecer seu passado e sua atuação nos mercados brasileiro e internacional. E não adianta pedir informações apenas para a empresa em questão: é necessário fazer uma pequena pesquisa independente também. Tanto pela Internet como entre amigos e conhecidos, para ver se alguém conhece a empresa de fato. E desconfie sempre se a empresa insistir em não falar com você “ao vivo e a cores”. Nada como um contato pessoal, em um escritório com endereço fixo em local conhecido, não é verdade.
Sei que o mercado de trabalho anda complicado, e que muita gente relutaria em desconfiar de uma oportunidade de emprego que se apresentasse “de bandeja”. Mas é preciso esse tipo de desconfiança. Esses bandidos buscam exatamente aqueles de nós que estão desesperados, pois justamente esses não vão fazer as perguntas incômodas, e serão presas mais fáceis em função da dificuldade que passam.
É justamente pela coisa não andar nada fácil que quem está nessa situação precisa redobrar sua atenção. O que menos precisamos, estando desempregados, é de problemas com a polícia.
Até a próxima.
Funciona assim: os bandidos que infectam computadores com seus cavalos de troia, uma vez que consigam as credenciais bancárias das vítimas, fazem transferências de dinheiro dessas contas, mas obviamente não para suas próprias contas, uma vez que assim ficaria fácil identificá-los. O mecanismo que utilizam para manterem a devida distância do golpe é simples: contratam laranjas par que recebam o dinheiro em suas contas correntes e depois transfiram o dinheiro para os bandidos, ou adquiram bens e os enviem a esses mesmos bandidos.
Em tempos bicudos como os atuais, quantos de nós — quando desempregados e sem perspectivas de emprego a curto prazo — não ficaríamos gratos por uma oportunidade de trabalhar a partir de casa, de nosso computador, como “agentes de intermediação financeira” ou outro cargo falso, mas que soa oficial?
Anúncios para cargos semelhantes já são comuns na América do Norte e na Europa, com promessas de benefícios, sites de recrutamento bem montados e entrevistas pela Internet. Tudo soa muito moderno e eficiente, e muita gente se deixa ludibriar. Uma vez “contratados”, o credenciamento exige dados de conta corrente — para que o “empregado” seja pago, claro — e os demais dados que os RHs das empresas geralmente pedem.
O “empregado” — na verdade, a mula, um receptador e transportador de dinheiro roubado — recebe seu primeiro trabalho: transferir uma some em dinheiro que será depositada em sua conta corrente para uma conta no exterior, ou comprar produtos tais e quais com o dinheiro depositado em sua conta e remetê-los para o exterior. Uma porcentagem do dinheiro depositado fica para o “empregado” a título de comissão, e o “empregado” se sente bem, trabalhando honestamente para uma empresa internacional de prestígio. Até, claro, que a Polícia Federal bata à sua porta, informando-o que ele tem recebido dinheiro roubado em sua conta, fruto de transações fraudulentas. Quando esse pobre laranja tenta contatar a “empresa” para a qual trabalha, a fim de explicar o mal entendido à polícia, os bandidos já sumiram faz tempo, e o laranja fica com o mico na mão.
Histórias como essa já são bastante comuns nos EUA, e há casos bem contundentes também na Europa, a exemplo do que aconteceu na Alemanha no primeiro semestre desse ano. Com o aparecimento de versões brasileiras de cavalos de troia de roubo de informações financeiras, como anunciado pela Kaspersky na semana passada, penso que em poucos meses veremos notícias de golpes semelhantes aqui no Brasil.
O cuidado aqui deve ser tomado com as ofertas de emprego pela Internet, principalmente de empresas de que nunca se ouviu falar. Antes de aceitar ofertas que parecem boas demais para serem desperdiçadas, temos que dar uma verificada bem criteriosa na empresa, pedindo referências e buscando conhecer seu passado e sua atuação nos mercados brasileiro e internacional. E não adianta pedir informações apenas para a empresa em questão: é necessário fazer uma pequena pesquisa independente também. Tanto pela Internet como entre amigos e conhecidos, para ver se alguém conhece a empresa de fato. E desconfie sempre se a empresa insistir em não falar com você “ao vivo e a cores”. Nada como um contato pessoal, em um escritório com endereço fixo em local conhecido, não é verdade.
Sei que o mercado de trabalho anda complicado, e que muita gente relutaria em desconfiar de uma oportunidade de emprego que se apresentasse “de bandeja”. Mas é preciso esse tipo de desconfiança. Esses bandidos buscam exatamente aqueles de nós que estão desesperados, pois justamente esses não vão fazer as perguntas incômodas, e serão presas mais fáceis em função da dificuldade que passam.
É justamente pela coisa não andar nada fácil que quem está nessa situação precisa redobrar sua atenção. O que menos precisamos, estando desempregados, é de problemas com a polícia.
Até a próxima.
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