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O Dr. Mark Gasson, professor da Universidade de Reading, na Grã-Bretanha, deu recentemente uma entrevista à BBC em que fez uma revelação peculiar: ele havia implantado um RFID sob sua pele contendo um vírus de computador. Para quem não sabe, RFID é uma sigla que quando traduzida quer dizer identificador de radiofrequência, e é uma tecnologia que está sendo utilizada desde a identificação de produtos na prateleira de um supermercado e animais de criação, até cartões de crédito implantados sob a pele de pessoas com uma estranha necessidade de encostar em identificadores digitais. Bem, cada um, cada um, não é mesmo.
Pois o Dr. Gasson, no afã de demonstrar um tipo inusitado de ataque, implantou o chip sob sua pele, mas antes o infectou com um vírus que, quando se aproxima de um leitor contendo uma vulnerabilidade, pode realizar operações não autorizadas, tais como abrir portas.
Parece impressionante, não? O Dr. Gasson continua, dizendo que no futuro teremos que nos preocupar com marca-passos ou implantes auriculares, que poderão ser infectados com vírus semelhantes, ou mesmo com bandidos alterando o código de RFIDs já implantados em pessoas e animais.
Bem, este blogueiro gosta de uma boa história como qualquer outra pessoa, mas esta é muito até para o mais desconfiado entre os paranoicos. Não é uma história sensacional: é uma história sensacionalista, que ajuda a manter o nome do bom doutor e de sua universidade na mídia, mas que não serve a nenhum propósito prático.
Primeiro porque os chips subcutâneos não podem ser manipulados uma vez que o código esteja gravado. Não há possibilidade de inserir o código em um chip que já está implantado em uma pessoa. Segundo porque a verificação de código malicioso em um chip antes ou depois da implantação é um processo extremamente simples. E como sua implantação é subcutânea, retirá-lo é uma questão de minutos. Terceiro porque não é qualquer leitor de RFID que tem vulnerabilidades. Não são dispositivos codificados no padrão Microsoft Windows, e sua arquitetura é bastante robusta. Quarto porque mesmo que tudo isso aconteça, o chip ainda vai ter que ser aproximado de um leitor com a vulnerabilidade, uma combinação que não é de todo trivial.
Esse tipo de “notícia” é exatamente aquilo que os profissionais de segurança tentam a todo custo evitar: um monte de factoides criados só para gerar exposição na mídia. Eles tem ainda o efeito colateral de tirar a atenção do usuário de problemas reais, e de dar a impressão que com supostos problemas assim tão absurdamente avançados, não há nada que nós usuários domésticos possamos fazer para nos proteger. Em outras palavras, o Dr. Gasson presta um desserviço à segurança.
Da próxima vez que você vir alguém fazendo uma afirmação sensacional sobre um problema de segurança que vai destruir o mundo, lembre-se do cinema. Ficções científicas e teorias da conspiração só são úteis para nos distrair, e mesmo assim quando estamos com um pacote de pipocas em uma das mãos e um refrigerante grande na outra.
Até a próxima.
Pois o Dr. Gasson, no afã de demonstrar um tipo inusitado de ataque, implantou o chip sob sua pele, mas antes o infectou com um vírus que, quando se aproxima de um leitor contendo uma vulnerabilidade, pode realizar operações não autorizadas, tais como abrir portas.
Parece impressionante, não? O Dr. Gasson continua, dizendo que no futuro teremos que nos preocupar com marca-passos ou implantes auriculares, que poderão ser infectados com vírus semelhantes, ou mesmo com bandidos alterando o código de RFIDs já implantados em pessoas e animais.
Bem, este blogueiro gosta de uma boa história como qualquer outra pessoa, mas esta é muito até para o mais desconfiado entre os paranoicos. Não é uma história sensacional: é uma história sensacionalista, que ajuda a manter o nome do bom doutor e de sua universidade na mídia, mas que não serve a nenhum propósito prático.
Primeiro porque os chips subcutâneos não podem ser manipulados uma vez que o código esteja gravado. Não há possibilidade de inserir o código em um chip que já está implantado em uma pessoa. Segundo porque a verificação de código malicioso em um chip antes ou depois da implantação é um processo extremamente simples. E como sua implantação é subcutânea, retirá-lo é uma questão de minutos. Terceiro porque não é qualquer leitor de RFID que tem vulnerabilidades. Não são dispositivos codificados no padrão Microsoft Windows, e sua arquitetura é bastante robusta. Quarto porque mesmo que tudo isso aconteça, o chip ainda vai ter que ser aproximado de um leitor com a vulnerabilidade, uma combinação que não é de todo trivial.
Esse tipo de “notícia” é exatamente aquilo que os profissionais de segurança tentam a todo custo evitar: um monte de factoides criados só para gerar exposição na mídia. Eles tem ainda o efeito colateral de tirar a atenção do usuário de problemas reais, e de dar a impressão que com supostos problemas assim tão absurdamente avançados, não há nada que nós usuários domésticos possamos fazer para nos proteger. Em outras palavras, o Dr. Gasson presta um desserviço à segurança.
Da próxima vez que você vir alguém fazendo uma afirmação sensacional sobre um problema de segurança que vai destruir o mundo, lembre-se do cinema. Ficções científicas e teorias da conspiração só são úteis para nos distrair, e mesmo assim quando estamos com um pacote de pipocas em uma das mãos e um refrigerante grande na outra.
Até a próxima.
Amigos, quando vi esta matéria na TV tive a vontade de ligar para a emissora e perguntar se eles estão precisando de pauta. Na verdade a pergunta seria sobre pautas inteligentes e úteis, pois essa da matéria em questão é de um absurdo impar. Talvez somente comparada a da senhora que engravidou assistindo filmes pornôs 3D.
ResponderExcluirO pior é que a matéria da grávida havia surgido de uma brincadeira que extrapolou o controle e mostrou a fragilidade das redações mundo a fora, porém esta do Dr. Gasson não foi apresentada como uma brincadeira, pelo menos não que saibamos, foi apresentada como sendo um furo de reportagem sobre os problemas do futuro (como se não tivéssemos bastante problemas no presente).
São matérias como esta, que facilitam a vida de todo tipo de cyber criminoso, pois as pessoas são levadas a pensar que os crimes somente “acontecerão” neste âmbito mais sofisticado e que nunca chegaram aos seus computadores do dia-a-dia.
Bem o próximo passo agora é só esperar um spammer iniciar um golpe intitulado: Vejam imagens inéditas do bebê que nasceu em função de uma contaminação por vírus de computador...
Abraços
Concordo em gênero, numero e grau, Oliver. Esse tipo de sensacionalismo é, na verdade, um tipo diferente de risco à segurança disfarçado de notícia.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário!
Ruy