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Clique aqui para ler o artigo de Seth Godin sobre a questão da privacidade.
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Agora há pouco, enquanto decidia sobre o que falar hoje aqui no 5 Minutos de Segurança, trombei com um pequeno artigo de Seth Godin, o guru do marketing (e eis aí aquela palavrinha tão mal compreendida que muita gente detesta).
Godin lança a pergunta: você realmente se preocupa com sua privacidade? E de imediato responde: acho que não.
Sua justificativa? Simples: todos usamos cartão de crédito, e ao fazê-lo damos à operadora e ao banco informações precisas de como, quando e onde gastamos nosso dinheiro. Também usamos telefone para nos comunicarmos, e deixamos um baita rastro de nossas comunicações com a companhia telefônica. O raciocínio é simples: há muito tempo estamos dispostos a desistir de um pouco de nossa privacidade em troca de facilidades ou de conforto. As câmeras que nos dão um pouco mais de proteção no condomínio em que moramos, por exemplo, também gravam nossos movimentos inocentes, o convite de casamento ou a foto de nosso novo nenê que colocamos no quadro de avisos da empresa vão ser vistos por bem mais gente do que imaginamos, e por aí vai.
Ao contrário de nossa privacidade, argumenta Godin, nos preocupamos sim com sermos surpreendidos em função das informações que damos. Não queremos que a operadora de cartão de crédito, ao perceber que enquanto a esposa faz compras em uma cidade, e o marido paga a conta de um motel na cidade em que mora, envie para esse marido uma oferta de descontos em um check-up de doenças sexualmente transmissíveis, nem que envie à esposa uma oferta de desconto em um escritório de advocacia especializado em divórcio. Não queremos ser surpreendidos dessa forma, de jeito nenhum.
Nesse contexto, redes sociais tais como o Orkut e o Facebook nunca deixaram de ser explícitas quanto ao seu direcionamento antiprivacidade. A própria Web, com seus blogs, artigos, possibilidades de busca de todo o material publicado, também se especializa há mais de uma década em facilitar o acesso às suas informações, e não a protegê-las.
Godin segue em frente e deduz que as novas gerações já “sacaram” isso, e estão felizes em viver em um mundo conectado, em que a privacidade é assunto para a vida off-line. O que continuamos não querendo, seja lá a que geração pertençamos, é sermos pegos de surpresa por nossas próprias informações. O artigo de Godin, infelizmente, para por aí. Não nos dá nenhuma dica de como podemos nos proteger dessas indesejáveis surpresas, afinal de contas isso é assunto de segurança, e não de marketing.
Analisando o raciocínio de Godin, percebo muita lucidez nessa forma de pensar: de fato estamos menos preocupados com nossa privacidade do que afirmamos. Ainda assim, a preocupação com as tais “surpresas” são um resultado direto das informações que damos e para quem as damos. Temos um relacionamento formal com as operadoras de cartão de crédito, que jamais fariam uma “promoção” como a descrita acima. Mas que relacionamento temos com quem vê nossas informações on-line? Que responsabilidade formal eles assumiram conosco? Nenhuma, não é verdade?
Daí a probabilidade de surpresas cresce. O truque, então, passa ser não mais proteger nossa privacidade (que, penso eu, vai continuar se esvaindo à medida que a Internet evolui), mas sim prevermos e evitarmos surpresas, com base nas informações que damos e, mas importante, a quem as damos.
Tem receita para isso? Tem ferramenta para isso? Infelizmente, não, nos dois casos. E isso o Godin não menciona em seu artigo.
Até a próxima.
Godin lança a pergunta: você realmente se preocupa com sua privacidade? E de imediato responde: acho que não.
Sua justificativa? Simples: todos usamos cartão de crédito, e ao fazê-lo damos à operadora e ao banco informações precisas de como, quando e onde gastamos nosso dinheiro. Também usamos telefone para nos comunicarmos, e deixamos um baita rastro de nossas comunicações com a companhia telefônica. O raciocínio é simples: há muito tempo estamos dispostos a desistir de um pouco de nossa privacidade em troca de facilidades ou de conforto. As câmeras que nos dão um pouco mais de proteção no condomínio em que moramos, por exemplo, também gravam nossos movimentos inocentes, o convite de casamento ou a foto de nosso novo nenê que colocamos no quadro de avisos da empresa vão ser vistos por bem mais gente do que imaginamos, e por aí vai.
Ao contrário de nossa privacidade, argumenta Godin, nos preocupamos sim com sermos surpreendidos em função das informações que damos. Não queremos que a operadora de cartão de crédito, ao perceber que enquanto a esposa faz compras em uma cidade, e o marido paga a conta de um motel na cidade em que mora, envie para esse marido uma oferta de descontos em um check-up de doenças sexualmente transmissíveis, nem que envie à esposa uma oferta de desconto em um escritório de advocacia especializado em divórcio. Não queremos ser surpreendidos dessa forma, de jeito nenhum.
Nesse contexto, redes sociais tais como o Orkut e o Facebook nunca deixaram de ser explícitas quanto ao seu direcionamento antiprivacidade. A própria Web, com seus blogs, artigos, possibilidades de busca de todo o material publicado, também se especializa há mais de uma década em facilitar o acesso às suas informações, e não a protegê-las.
Godin segue em frente e deduz que as novas gerações já “sacaram” isso, e estão felizes em viver em um mundo conectado, em que a privacidade é assunto para a vida off-line. O que continuamos não querendo, seja lá a que geração pertençamos, é sermos pegos de surpresa por nossas próprias informações. O artigo de Godin, infelizmente, para por aí. Não nos dá nenhuma dica de como podemos nos proteger dessas indesejáveis surpresas, afinal de contas isso é assunto de segurança, e não de marketing.
Analisando o raciocínio de Godin, percebo muita lucidez nessa forma de pensar: de fato estamos menos preocupados com nossa privacidade do que afirmamos. Ainda assim, a preocupação com as tais “surpresas” são um resultado direto das informações que damos e para quem as damos. Temos um relacionamento formal com as operadoras de cartão de crédito, que jamais fariam uma “promoção” como a descrita acima. Mas que relacionamento temos com quem vê nossas informações on-line? Que responsabilidade formal eles assumiram conosco? Nenhuma, não é verdade?
Daí a probabilidade de surpresas cresce. O truque, então, passa ser não mais proteger nossa privacidade (que, penso eu, vai continuar se esvaindo à medida que a Internet evolui), mas sim prevermos e evitarmos surpresas, com base nas informações que damos e, mas importante, a quem as damos.
Tem receita para isso? Tem ferramenta para isso? Infelizmente, não, nos dois casos. E isso o Godin não menciona em seu artigo.
Até a próxima.
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